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Terapia familiar para o transtorno de déficit de atenção ou transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças e adolescentes

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Resumo

Introdução

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é diagnosticado em 3% a 7% das crianças em idade escolar e tem como sintomas centrais a desatenção, a impulsividade e a hiperatividade. Essas crianças são geralmente tratadas com remédios estimulantes, como o metilfenidato. Descobriu‐se que fármacos estimulantes são eficazes no alívio dos sintomas do TDAH, pelo menos por curto período. O TDAH também é tratado por meio de uma variedade de intervenções psicossociais e psicoeducacionais direcionadas para familiares e crianças e também por meio de intervenções multifacetadas associadas com o tratamento medicamentoso. Todavia, muitos (10% a 30%) pacientes não podem tomar ou preferem não tomar remédios. A terapia familiar sem o uso de medicações pode ajudar no desenvolvimento da estrutura familiar, no gerenciamento do comportamento da criança e ajudar as famílias a lidar com o sofrimento causado pela presença da doença.

Objetivos

Esta revisão visa abordar a terapia familiar sem o uso de medicação e verificar se essa terapia pode reduzir os sintomas centrais do TDAH em comparação com nenhum tratamento ou com o tratamento padrão.

Métodos de busca

As seguintes bases de dados eletrônicas foram pesquisadas através de uma estratégia de busca específica: The Cochrane Central Register of Controlled Trials (The Cochrane Library, edição 3, 2004), MEDLINE (1996 a abril de 2004), PsycINFO (1872 a abril de 2004), CINAHL (1982 a abril de 2004), Dissertation Abstracts (1980 a abril de 2004) e Sociological Abstracts (Sociofile) (1963 a abril de 2004). Foram conduzidas buscas manuais de periódicos e bibliografias relevantes e especialistas na área foram contatados para obtenção de informações adicionais.

Critério de seleção

Os estudos incluídos foram ensaios clínicos controlados que investigaram a eficácia da terapia comportamental familiar, da terapia cognitiva comportamental familiar ou da terapia funcional familiar para crianças com TDAH ou TDA (transtorno de déficit de atenção).

Coleta dos dados e análises

Os estudos foram avaliados para ver se preenchiam os critérios de inclusão e quanto à sua qualidade metodológica.

Principais resultados

Dois estudos foram considerados elegíveis para inclusão. Foram extraídos dados de ambos os estudos. Os achados de Jensen, 1999 (N = 579), indicam que não há diferenças detectáveis entre a eficácia da terapia comportamental familiar e o tratamento usual na comunidade. Os dados disponíveis de Horn, 1991, indicam que a intervenção familiar seria ligeiramente melhor do que o placebo.

Conclusão dos autores

Pesquisas adicionais que examinem a efetividade da terapia familiar em comparação com nenhum tratamento são necessárias para determinar se a terapia familiar é uma intervenção efetiva para crianças com TDAH. Não encontramos estudos que investiguem formas de terapia familiar que não a terapia comportamental familiar.

PICOs

Population
Intervention
Comparison
Outcome

The PICO model is widely used and taught in evidence-based health care as a strategy for formulating questions and search strategies and for characterizing clinical studies or meta-analyses. PICO stands for four different potential components of a clinical question: Patient, Population or Problem; Intervention; Comparison; Outcome.

See more on using PICO in the Cochrane Handbook.

Resumo para leigos

Terapia familiar para crianças com transtornos de déficit de atenção

Esta revisão sistemática avaliou se a terapia familiar sozinha, isto é, sem remédios, pode ajudar crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Existem diversos remédios e tipos de terapia usados no tratamento do TDAH. Todavia, muitas famílias gostariam de não ter que dar remédios para seus filhos. Dois estudos foram considerados de boa qualidade. Um deles não encontrou diferenças nos sintomas do TDAH em crianças tratadas com terapia familiar comparados com a terapia habitual em comunidade. O segundo estudo mostrou que a terapia familiar foi mais efetiva do que tomar um placebo (um comprimido de mentira, isso é, sem nenhum remédio). Estudos adicionais são necessários.