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Anestesia peridural caudal comparada a outros métodos de analgesia pós‐operatória para a circuncisão em meninos

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Resumo

Introdução

Técnicas para minimizar o desconforto pós‐operatório de cirurgia peniana, como a circuncisão, incluem bloqueio caudal; bloqueio peniano; opióides sistêmicos e anestésico local tópico em creme, emulsão ou gel.

Objetivos

Para comparar os efeitos da analgesia epidural caudal com outras formas de analgesia pós‐operatória em postectomias em garotos

Métodos de busca

Nós pesquisamos na Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (The Cochrane Library, 2008, fascículo 3), MEDLINE (até abril de 2008), e EMBASE (até abril de 2008).

Critério de seleção

Ensaios randomizados e quasi‐randomizado de analgesia pós‐operatória com bloqueio peridural caudal que compararam com analgesia não‐caudal em meninos, com idade entre 28 dias e 16 anos, submetidos a cirurgia eletiva para a circuncisão.

Coleta dos dados e análises

Dois autores avaliaram independentemente os resultados da pesquisa, extraíram os dados e avaliaram o risco de viés dos estudos incluídos.

Principais resultados

Nós incluímos 10 estudos envolvendo 721 meninos. Nenhuma diferença foi observada entre caudal e analgesia parenteral na necessidade de analgesia deresgate ou outra analgesia (risco relativo (RR) 0,41, 95% de intervalo de confiança (IC) 0,12‐1,43; 4 ensaios, 235 meninos; modelo de efeitos aleatórios ) ou na incidência de náuseas e vômitos (RR 0,61, 95% CI 0,36‐1,05; 4 ensaios, 235 meninos). Nenhuma diferença na necessidade de analgesia de resgate ou outra analgesia foi observada para caudal quando comparada com bloqueio do nervo dorsal peniano (BNDP) (RR 1,25, 95% CI 0,64‐2,44; 4 ensaios, 336 meninos; modelo de efeitos aleatórios). Não foram observadas diferenças entre o bloqueio caudal e BNDP na incidência de náuseas e vômitos (RR 1,88, IC 95% 0,70‐5,04; 4 ensaios, 334 meninos; modelo de efeitos aleatórios) ou complicações individuais, exceto para ocorrência de bloqueio motor (RR 17,00, 95% CI 1,01‐286,82; 1 estudo, 100 garotos) e para bloqueio motor ou fraqueza nos membros inferiores(RR 10,67, IC 95% 1,32‐86,09; 2 ensaios, 107 meninos). Estes foram significativamente mais comuns nos grupos de bloqueio caudal do que com BNDP. Não foram observadas diferenças entre o bloqueio caudal e analgesia via retal ou analgesia venosa na necessidade de analgesia de resgate ou quaisquer outros resultados (2 ensaios, 162 meninos).

Conclusão dos autores

As diferenças na necessidade de analgesia de resgate ou outros analgésicos não pôde ser detectada entre os métodos caudal, parenteral e bloqueio peniano. Na cirurgia ambulatorial, o bloqueio peniano pode ser preferível ao bloqueio caudal em crianças com idade suficiente para andar devido à possibilidade de fraqueza temporária nas pernas após o bloqueio caudal. As evidências destes ensaios são limitadas devido pequena casuística por pequenos números e metodologia parca. Existe uma necessidade para testes adequadamente concebidos comparando peridural caudal com outros métodos tais como a morfina, analgésicos simples e pomadas anestésicas locais tópicas, emulsões ou géis.

Resumo para leigos

Em meninos submetidos a postectomia, a necessidade de ( analgesia adicional de resgate é semelhante quando a peridural caudal ou bloqueio peniano é empregado

A dor pós‐operatória em postectomias freqüentemente resulta em choro, inquietação e agitação, e pode estar associada a um aumento da incidência de hemorragia. Assim, a dor deve ser antecipada e eficazmente controlada. O bloqueio peridural caudal é realizado com o paciente parcialmente em posição prona ou em decúbito lateral. É uma das técnicas anestésicas locais mais comuns utilizadas em crianças. Quando comparado com o bloqueio peniano, a necessidade de analgesia de resgate foi semelhante. Para os meninos com idade suficiente para andar, o bloqueio peniano pode ser preferível ao bloqueio caudal, uma vez que o bloqueio caudal pode ocasionar fraqueza muscular temporária nas pernas. Não houve diferença na necessidade de analgesia de resgate quando o bloqueio caudal foi comparado com uso de opióide via parenteral(por injeção). Outros métodos, como analgésicos simples e anestésicos locais tópicos (cremes e géis) não foram adequadamente avaliados e devem ser comparados com bloqueio caudal.