Scolaris Content Display Scolaris Content Display

Intervenções familiares para desordem bipolar

Collapse all Expand all

Resumo

available in

Introdução

Tratamentos farmacológicos são a principal intervenção na desordem bipolar. Sozinho, contudo, não são suficientes para controlar os sintomas e manter a função psicossocial. Intervenções psicossociais adjuvantes podem ajudar na melhora das condições dos pacientes e o curso da doença. Intervenções familiares devem ter atenção especial, uma vez que podem ajudar a aliviar o fardo dos cuidados suportados por familiares e cuidadores, os quais podem facilitar a tarefa de suporte dos pacientes.

Objetivos

Os objetivos desta revisão foi investigar a efetividade das intervenções familiares no tratamento da desordem bipolar comparado com a não intervenção e outras formas de intervenção.

Métodos de busca

Pesquisamos as seguintes bases de dados: CCDANRCT‐Studies and CCDANCTR‐References em 1/8/2007, CENTRAL (2006‐3), MEDLINE (2006), EMBASE (2006) e LILACS (2006), e pesquisamos em listas de referência dos estudos incluídos. Também fizemos contatos com os autores.

Critério de seleção

Incluímos ensaios clínicos randomizados (ECRs) e ensaios quasi‐randomizados. Participantes foram pessoas com desordem bipolar e seus parentes e cuidadores; intervenções psicosociais familiares de qualquer tipo foram considerados; desfechos primários eram mudanças no status dos sintomas e repetição de sintomas.

Coleta dos dados e análises

Dados foram extraídos independentemente por dois revisores. Avaliação de qualidade dos estudos incluídos foram realizados. Os achados foram apresentados descritivamente. Onde haviam estudos suficientes, os dados dicotômicos foram combinados usando o risco relativo, e os dados contínuos foram combinados usando medidas de pesos diferentes, com intervalo de confiança (IC) de 95%.

Principais resultados

Sete ensaios clínicos randomizados foram incluídos na revisão, envolvendo um total de 393 participantes. Todos os estudos incluídos avaliaram métodos psicoeducacionais, e um estudo também avaliou tipos de psicoterapias. Em todos os estudos, os participantes continuaram a receber tratamento psicoterapico. Devido a diversidade de intervenções, medias de desfechos e desfechos usado , não foi possível realizar uma meta‐analise para os desfechos primários. Cinco estudos compararam a variedade de intervenções familiares, envolvendo cuidadores, familiares e companheiros, contra nenhuma intervenção, com achados individuais indicando nenhum efeito adicional significante para as intervenções familiares. Tres estudos compararam um tipo ou modalidade de intervenção familiar contra outra intervenção familiar, com achados inconsistentes.

Conclusão dos autores

Os dados existem somente em um pequeno e heterogêneo corpo de evidencias da efetividade da família na desordem bipolar, e ainda não é possível desenhar nenhuma conclusão definitiva para apoiar os uso como um tratamento adjuvante para desordem bipolar. Futuros ECRs bem desenhados devem ser prioridade do pesquisador.

Resumo para leigos

Intervenções familiares para desordem bipolar

Os tratamentos medicamentosos são a primeira opção para a desordem bipolar. Sozinho, no entanto, eles não são suficientes para o manejo da desordem. Estudos de intervenções psicossociais para desordens mentais, como esquizofrenia e ansiedade, mostraram que são tratamentos efetivos. Relatos na literatura sugerem que eles também podem ser úteis para pessoas com desordem bipolar. O papel da família é importante no cuidado da pessoa com desordem bipolar, com uma família efetivamente funcionante ajudando a manter o balanço psicológico da pessoa. Essa revisão sistemática investiga a eficácia de qualquer intervenção psicossocial familiar para pessoas com desordem bipolar e/ou suas famílias e cuidadores. Sete ensaios clínicos randomizados (393 participantes) foram incluídos na revisão, todos os quais avaliaram intervenções psicoeducacionais. Cinco estudos compararam intervenções familiares contra nenhum tratamento, e três estudos compararam um tipo ou entrega de intervenção familiar contra outra intervenção familiar. Diferenças entre as intervenções, medidas de desfecho e pontos finais usados nos ensaios não nos permitiram realizar uma meta‐análise. Embora os resultados de estudos individuais não sugeriram um efeito significante por intervenções familiares quando adicionados a terapia medicamentosa, os estudos proveram insuficiente evidência para desenhar conclusões as quais podem ser generalizadas para a prática diária. Novas pesquisas usando ensaios clínicos randomizados metodologicamente apropriados e avaliação de outras intervenções familiares além de psicoeducação é chamado para este tópico pouco pesquisado e importante.